O presidente Luiz Inácio Lula da Silva endureceu o discurso em relação às Forças Armadas e afirmou que elas “não são o poder moderador que pensam ser”. Num contexto de críticas e queixas sobre a atuação do Exército na invasão ao Palácio do Planalto, Lula disparou que “perdeu a confiança” em parcela dos militares da ativa.

A situação motivou uma mudança inédita na Presidência da República. Pela primeira vez, um presidente rejeitou ter militares fardados como ajudantes de ordens.

Antes privativa de militares, a função era desempenhada por oficiais da ativa de carreira ascendente, que se tornavam muito próximos ao chefe do Executivo, por causa do acesso a informações pessoais sensíveis, como o telefone celular e a mala dos presidentes. Um ajudante de ordens permanece sempre ao lado do presidente, inclusive em reuniões reservadas e no carro presidencial.

“Eu perdi a confiança, simplesmente. Na hora que eu recuperar a confiança, eu volto à normalidade”, admitiu Lula ao jornal Estadão, quando questionado sobre se se sentia ameaçado. O presidente dissera que entregaria o cargo aos seguranças que já trabalham com ele desde 2010, entre eles militares aposentados, como o capitão Valmir Moraes. O presidente já havia substituído militares por policiais federais no círculo de guarda-costas.

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