Apoiador do então candidato Lula já no primeiro turno, o ex-ministro Miguel Reale Júnior criticou a declaração do petista, segundo a qual o impeachment de Dilma Rousseff foi “um golpe de Estado”. Miguel Reale Júnior é coautor do pedido que derrubou a ex-presidente, em 2016, por crime de responsabilidade.
“Houve um processo regular previsto na Constituição, tendo a OAB federal também entrado com igual pedido em face do desastre da recessão que jogou o país na miséria”, disse o jurista, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada na terça-feira 24. “O PT entrou com mais de cem pedidos de impeachment contra FHC. É uma narrativa que não ajuda o país agora.”
Durante uma visita oficial a Argentina, o presidente Lula atacou o impeachment da aliada. “Vocês sabem que, depois de um movimento auspicioso, quando governamos de 2003 a 2016, houve um golpe de Estado e derrubou a companheira Dilma Rousseff, a primeira mulher eleita presidente da República do Brasil”, disse Lula, ao ser aplaudido por aliados, em Buenos Aires.
O jurista não é o único apoiador de Lula a criticar o petista. Um dos pais do plano real, o economista Armínio Fraga disse “estar com medo” do governo do PT.
“Não receio que Bolsonaro seja eleito”, disse o jurista, ao portal UOL, em setembro do ano passado. “Tenho receio das suas reações absolutamente descontroladas. A violência política já está se apresentando, com pessoas ligadas ao Lula que foram mortas. Imagine isso no segundo turno, com o desespero de Bolsonaro.”
Revista Oeste