Segurança impediu fotógrafos e cinegrafistas de ficarem em frente ao palácio; Planalto deve rediscutir procedimento
A segurança do Palácio da Alvorada restringiu nesta 6ª feira (17.fev.2023) a circulação de jornalistas em frente ao local.
Uma área para os profissionais foi delimitada com cones de trânsito. Ao longo do dia a exigência foi flexibilizada, mas fotógrafos e cinegrafistas não puderam se posicionar à margem do espelho d’água do palácio, onde tradicionalmente ficam para registrar imagens da residência oficial.
Trata-se de um local onde há vista frontal para o Alvorada. Fica a cerca de 350 metros do prédio. Com o auxílio de lentes teleobjetivas, é possível captar imagens da movimentação na porta da residência oficial do presidente da República.
Por causa da restrição, não foi possível, por exemplo, captar imagens frontais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcando em seu carro para pegar o voo para a Bahia, onde passará o Carnaval.
A área delimitada com cones de trânsito é no mesmo local onde, durante o governo de Jair Bolsonaro(PL), havia grades. É ao pé de uma mangueira próxima à portaria do palácio.
Os jornalistas tinham que ficar dentro desse conjunto de grades. Havia setores separados para os repórteres e para apoiadores de Bolsonaro, com os quais o então presidente costumava conversar. É o que ficou conhecido como “cercadinho”.
No dia de sua posse, Lula disse a jornalistas que não haveria mais cercadinho. Sob Lula, as grades do lado de fora do Alvorada foram retiradas.
O Poder360 foi abordado pela segurança durante a manhã desta 6ª feira alguns minutos depois de ultrapassar a área delimitada com cones. Ouviu que havia ordens para manter os jornalistas naquele setor delimitado.Sérgio Lima/Poder360 – 17.fev.2023Os cones foram posicionados ao pé de uma mangueira que fica ao lado da portaria do Palácio da Alvorada
Antes, presenciou um fotógrafo sendo abordado pela segurança porque havia ido até o espelho d’água para fazer fotos frontais do palácio.
O segurança disse à reportagem que a ordem havia partido de Ricardo Stuckert, fotógrafo de Lula e secretário de Produção e Divulgação de Conteúdo Audiovisual da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
Por volta das 13h30, Stuckert foi até o local e falou com os jornalistas e com a segurança. Disse que teria conversas no Planalto para liberar totalmente a circulação de jornalistas na área em frente ao Alvorada. Indicou que a liberação poderia não ser já nesta 6ª.
Depois, a reportagem voltou ao mesmo local de onde havia sido retirada pela manhã e não foi abordada. Mas a restrição ao posicionamento de fotógrafos e cinegrafistas em frente ao espelho d’água persistia ao menos até a hora em que Lula deixou o Alvorada, por volta das 15h.
Esse foi o 1º dia em que o presidente despachou do Palácio da Alvorada, para onde se mudou em 6 de fevereiro.
Só autoridades do governo ou convidadas, funcionários da Presidência da República e jornalistas credenciados têm tido acesso à área em frente ao Alvorada.
O local é um tradicional ponto turístico de Brasília, mas depois dos ataques de 8 de Janeiro às sedes dos Poderes o controle de acesso foi endurecido. O infográfico a seguir mostra como tem funcionado:
Poder 360