O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), direcionou R$ 5 milhões do orçamento secreto para asfaltar a estrada de terra que passa em frente à sua fazenda, em Vitorino Freire, no Maranhão.
Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, os recursos foram direcionados para a cidade maranhense que tem a irmã dele, Luanna Rezende, como prefeita.
Além disso, a empresa contratada para realizar a obra é de um amigo de longa data e o engenheiro que assinou o parecer autorizando o valor para a pavimentação foi indicação de seu grupo político.
Como o dinheiro foi usado
- Ministro Juscelino Filho enviou R$ 7,5 milhões do orçamento secreto para obras em Vitorino Freire;
- R$ 5 milhões foram destinados para asfaltar uma estrada que passa em fazendas dele e da família —o trecho tem 19 km e o restante atende 11 ruas em povoados da cidade;
- Irmã e prefeita da cidade Luanna Rezende contratou a Construservice para a obra em fevereiro de 2022;
- A Construservice disputou licitação sozinha;
- De acordo com a PF, a empresa está em nome de laranjas e o verdadeiro dono, conhecido como Eduardo Imperador, é suspeito de pagar propina a servidores federais para obter obras na cidade.
Vitorino Freire
- A cidade na zona rural do Maranhão:
- Tem 31 mil habitantes;
- Possui saneamento básico precário;
- 42% da população não tem calçamento na frente de casa;
- Metade dos moradores vive com meio salário mínimo.
Orçamento secreto
Na campanha eleitoral, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o orçamento secreto era o maior esquema de “bandidagem” da República.
“O Orçamento é chamado de secreto porque o destino desses recursos é mantido em segredo. Mas todo mundo sabe para onde esse dinheiro vai: fraudes e desvios de verbas.”
Já o atual ministro da Justiça, Flávio Dino, que na época era governador do Maranhão, classificou a prática como “o momento de maior corrupção da história política”.
O STF (Supremo Tribunal Federal) já condenou o orçamento secreto e mandou pôr fim à distribuição de recursos sem critérios e determinou que os parlamentares informassem quanto de verba haviam direcionado. Porém, segundo o Estadão, o agora ministro Juscelino omitiu as informações do STF.
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